UROLOGIA PARA MULHERES

A urologia é uma especialidade médica que trata das doenças do aparelho urinário de ambos os sexos e órgãos genitais masculinos. Esta especialidade atende crianças e adultos de ambos os sexos. Na mulher estão contempladas as seguintes partes do corpo: Adrenais, rins, ureteres, bexiga e uretra.

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Adrenais

As glândulas adrenais, também conhecidas com suprarrenais, estão situadas no retroperitôneo, anexas às porções superiores e mediais dos pólos renais. A glândula é dividida em córtex e medula, que são tecidos de grande atividade endócrina produtores de hormônios, peptídios e neurotransmissores.

As doenças mais frequentes que acometem as glândulas adrenais incluem os tumores corticais e medulares.

Tumores do córtex são classificados como funcionantes e não funcionantes, dependendo de a manifestação endócrina estar ou não presente. Os tumores não funcionantes consagraram o termo incidentaloma (achado casual). Os funcionantes manifestam-se como processos expansivos ou massas, descobertos na investigação clínica de sintomas e sinais peculiares a cada tipo de doença básica decorrente da secreção de hormônios pela camada cortical, ou incidentalmente a partir de exames de imagem feitos com outros objetivos. A expressão clínica da produção hormonal anômala decorre do tipo de hormônio produzido, o que, em última análise, é o produto da camada histológica envolvida no processo tumoral.

Tumor produtor de aldosterona (hormônio produzido pela suprarrenal) provém da camada mais externa do córtex, a zona glomerulosa, onde se dá a síntese de mineralocorticoides. A manifestação clínica se dá pelo aumento do volume de sangue circulante (hipervolemia), hipertensão arterial com potássio baixo, renina baixa, aldosterona alta, conhecido como hiperaldosteronismo primário.

Outros tumores do córtex suprarrenal são os produtores de corticosteroides que se traduzem clinicamente pela clássica síndrome de Cushing, aqueles produtores de hormônios sexuais, que causam virilização ou feminilização.

Há obesidade centrípeta (face e tronco) face em lua cheia, giba, estrias violáceas, acne, irregularidade menstrual, atrofia muscular, impotência sexual, hipertensão arterial e diabetes melito.

Normalmente há uma integração do urologista com o endocrinologista na condução destes pacientes.

Tumores da medula adrenal são o feocromocitoma, o neuroblastoma, o ganglioneuroma  e o ganglioneuroblastoma.

Há tumores de estroma, vasos e nervos, hiperplasia cortical, cistos e pseudocistos, infecções e abscessos além de tumores metastáticos. A maneira mais adequada e efetiva de tratamento dos tumores das suprarrenais é a sua remoção cirúrgica.

A laparoscopia pode ser utilizada com sucesso para exérese e hoje é a técnica empregada aqui e também pela maioria dos centros desenvolvidos do mundo.

Rins

As doenças renais são divididas em Benignas e Malignas.

As malformações, as doenças obstrutivas, as doenças formadoras de cálculos renais, as doenças infecciosas do aparelho urinário são benignas e podem ser tratadas em determinadas situações com remédios e em outras com cirurgias. Estas possuem por objetivo corrigir as malformações, desobstruir e retirar os cálculos. Cada situação deve ser analisada pelo urologista e tratada individualmente. Às vezes, mesmo em doença benigna se faz necessária a retirada do rim por cirurgia. A videolaparoscopia é uma forma muito utilizada hoje por ser uma técnica minimamente invasiva. Existem doenças clínicas benignas que comprometem a função renal e, nestes casos, muitas vezes, o tratamento é feito em equipe entre um nefrologista ( especialista que trata as doenças clínicas dos rins) e um urologista. O exemplo melhor desta situação é a que ocorre quando um paciente perde função renal e necessita de substituição do rim. O nefrologista faz o tratamento clínico, utiliza o rim artificial (hemodiálise ou diálise peritoneal), prepara o paciente para um transplante e o urologista faz a cirurgia do transplante renal. Novamente o nefrologista assume o doente e faz o acompanhamento do paciente transplantado.

As doenças malignas são representadas pelas neoplasias.

Atualmente são diagnosticados mais de 200.000 casos  novos de câncer renal  com índice de letalidade acima de 100.000 óbitos, a maioria atribuída ao carcinoma de células renais, um dos tumores mais agressivos na área urológica. Casos diagnosticados precocemente, com tumores confinados ao rim,  tem sobrevida livre de doença em 5 anos de 80-90%, caindo para 50-60% nos casos de doença localmente avançada. Seu prognóstico depende do estádio da doença no momento do diagnóstico. A nefrectomia radical é a forma clássica de tratamento desta neoplasia.

Nas últimas duas décadas, o uso disseminado de estudos por imagem do abdômen - ultrassonografia, tomografia computadorizada e ressonância nuclear magnética- tem sido responsável pelo aumento no diagnóstico de carcinoma de células renais.   Como consequência, a detecção incidental de tumores renais ≤ de 4 cm em estágio inicial, com baixo potencial metastático, aumentou significativamente. Desta forma, a maioria das lesões 76%, que se apresentam para tratamento cirúrgico é ≤ a 4 cm e 86% encontram-se em estágio T1 ao diagnóstico. O diagnóstico precoce traduz-se em maior sobrevida dos pacientes com câncer renal e menor taxa de progressão da doença.

Durante a década passada, o manejo desses pequenos tumores passou por uma grande evolução com a cirurgia poupadora de néfrons, ou seja, se retira apenas o tumor e se preserva a parte boa do rim. Essa técnica atinge taxas de sobrevida entre 90-100% em 10 anos.

Alguns cistos renais podem ser malignos. Existe uma classificação conhecida como Bosniak que vai de I a IV. Os cistos tipo Bosniak I e II são de apenas observação. Por outro lado os cistos classificados como Bosnisk IV podem ser câncer e devem ser tratados como tal.

Ureteres

Os ureteres iniciam no que conhecemos com bacinete ou pelve renal e terminam na bexiga. A junção da pelve com o ureter conhecida como JUP pode apresentar malformação provocando dificuldade de esvaziamento da urina e necessita muitas vezes de uma correção plástica, a pieloplastia.

Por ser um órgão de trânsito da urina, é no ureter que temos as principais causas conhecidas de dor do aparelho urinário, como cólica renal. Um cálculo pode provocar muita dor ao ser expelido. 75% dos cálculos são eliminados espontaneamente e 25% aproximadamente necessitam de algum tipo de tratamento.

Hoje é muito utilizado a ureteroscopia e as fontes de energia para fragmentação e posterior retirada desses cálculos. A fonte de energia considerada mais eficaz é o Laser. A doença do refluxo, defeito na entrada na bexiga que permite que a urina volte para o rim no momento da micção, é tratada de forma clínica e também, dependendo do grau, de forma cirúrgica. Atualmente esse tratamento é feito, na maioria das vezes, por via endoscópica.

O câncer de urotélio pode ter localização dentro do sistema coletor dentro do rim, no ureter e até na bexiga. Quando o tumor se localiza no ureter muitas vezes se faz necessária a retirada de toda a unidade do lado afetado.

O urologista necessita retirar o rim o ureter e a parte da bexiga onde o ureter se implanta. 

Bexiga

A bexiga é um reservatório de urina.  As doenças benignas da bexiga são mais comuns nas mulheres: as infecções urinárias, as alterações anatômicas conhecidas como prolapso ou bexiga caída, e as incontinências urinárias. As infecções urinárias não complicadas, normalmente, respondem bem a tratamento clínico, bem como as alterações de função conhecidas como doenças neurológicas da bexiga.

Em todo o mundo a incontinência urinária é um problema comum que afeta até 45% das mulheres adultas refletindo-se muitas vezes em deterioração da vida social. A forma mais comum é a  incontinência urinária de esforço, seguida  em frequência pela incontinência de urgência provocada por hiperatividade vesical. Devido a vergonha, ao tabu e ao desconhecimento da existência de possíveis tratamentos, só uma minoria das mulheres que padecem de incontinência buscam um profissional. A Organização Mundial da Saúde  define saúde não só como a ausência de doença senão também como o bem estar físico, emocional e social.

Os prolapsos e as incontinências urinárias são tratadas, normalmente, por cirurgias chamadas de minimamente invasivas, com uso de telas sintéticas: a incontinência urinária por hipermobilidade uretral com slings e os prolapsos por abordagem minimamente invasiva por via alta. As telas por via vaginas estão caindo em desuso.

As doenças malignas da bexiga são doenças muito difíceis de tratar, porque não há um reservatório que a substitua de forma ideal. Às vezes, pode-se fazer uma raspagem e usar vacinas como Onco-BCG, outras vezes, porém, é necessária a retirada cirúrgica da bexiga. Como é preciso dar um destino para a urina, fazemos a chamada “derivação urinaria".

Uretra

A uretra é um tubo que conecta a bexiga com os órgãos externos do corpo.

Nos homens a uretra conduz o sêmen durante o ato sexual e serve de passagem para a urina. Nas mulheres a uretra é menor e está localizada na parte superior da vagina.

O esfíncter uretral externo é um músculo estriado que permite o controle voluntário sobre micção.

Hipospadia e Epispadia são formas de desenvolvimento anormal da uretra no sexo masculino, quando o conduto não está situada na extremidade distal do pênis (ocorre menor do que o normal com hipospadia e superior com epispadia). Em caso severo de pênis arqueado, a uretra pode se desenvolver entre o pênis e o escroto.

Doenças da uretra

  • Infecção –uretrite- é tida como mais comum no sexo feminino do que no masculino. Uretrite é uma causa comum de disúria (dor ao urinar);
  • Síndrome uretral, relacionada com a uretrite;
  • Passagem de pedras do rim através da uretra pode ser dolorosa, o que pode levar a estenose uretral.
  • Câncer da uretra
  • Corpos estranhos da uretra são raros, mas há relatos médicos de caso de lesões autoinfligidas, resultado da inserção de corpos estranhos na uretra, como um fio elétrico.

AGENDAMENTO DE CONSULTAS
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CIRURGIA ROBÓTICA

Na década de 1980 as cirurgias endoscópicas e laparoscópicas deram um grande salto com o advento das microcâmeras.

Surgiram os primeiros robôs médicos, como o braço robótico PUMA 560, que em 1985 auxiliou uma biópsia durante uma neurocirurgia.

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A TÉCNICA DE MIRANDOLINO

Em 1999 o Dr. Mirandolino Mariano faz a primeira cirurgia por laparoscopia, publicando o relato de caso da técnica pioneira em 2002, no Journal of American Urological Association.

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